sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Você como porque está com Fome Fisiológica...ou Come por Fome Emocional????


Nos momentos de ansiedade e nervosismo, muitas pessoas recorrem a uma combinação perigosíssima em relação à comida: a busca por alimentos não saudáveis e em excesso. O comer compulsivo consiste na ingestão exagerada de alimentos, mesmo quando não são necessários. Essa compulsão vem, geralmente, acompanhada de uma sensação de falta de controle sobre seus hábitos alimentares, além de sentimentos de culpa e vergonha.  Quase todas as pessoas com esse transtorno são obesas e apresentam história de variação de peso. Além disso, são propensas a vários problemas médicos graves associados à obesidade, como o aumento do colesterol, hipertensão arterial e diabetes. Além desses problemas, a fome emocional afeta a autoconfiança e a auto-estima, pois ela se torna um ciclo vicioso. Quanto maiores as dificuldades na vida, mais a pessoa usa a comida como ponto de fuga e, a partir disso, as dificuldades aumentam. Assim, trilha-se um caminho muito perigoso e, às vezes, sem volta.
Quando o mal é uma doença

É como se fosse uma droga. Um vício em forma de bolos, doces, massas, frituras, biscoitos. A comida é uma inimiga e a cozinha, o caminho mais curto para se chegar ao fundo do poço. O mal pode ser uma doença, e tem nome: transtorno de compulsão alimentar. O transtorno do comer compulsivo é encontrado em cerca de 2% da população em geral. Embora a maioria seja de mulheres entre 20 e 30 anos de idade, a doença também faz outras vítimas: homens e mulheres, jovens ou não. Pesquisas demonstram que 30% das pessoas que procuram tratamento para obesidade ou para perda de peso são portadoras de transtorno do comer compulsivo. O primeiro sinal do distúrbio, na maior parte das vezes, é visível no corpo. A silhueta fica cada vez mais redonda e a balança acusa um ganho de peso contínuo. Na verdade, os estudos sobre o transtorno de compulsão alimentar periódica são recentes. Os primeiros datam de 1994. Desde então, pesquisadores já descobriram, por exemplo, que os assaltos à geladeira ocorrem a partir do fim da tarde e seguem noite adentro.Uma das hipóteses para a preferência de horário é que o compulsivo tem mais privacidade em casa do que em outros locais, como o trabalho. Longe dos olhares dos colegas e de amigos, não passa vergonha por causa do exagero. 

Muitas pessoas relatam que a raiva, a tristeza, o tédio, a ansiedade e outros sentimentos negativos podem desencadear os episódios de comilança
O traço mais marcante dos comedores compulsivos é a ansiedade e a tendência à depressão. São pessoas com sentimento de culpa, remorso, vergonha e solidão. A comilança descontrolada é causada, na maior parte dos casos, por distúrbios emocionais, e não adianta recorrer a regimes radicais. O período de abstinência dura pouco, e um alimento tentador ou uma situação que mexa com as emoções pode desencadear a compulsão novamente. Desconhecer o que acontece é derrota quase certa na balança. Como não emagrece, cresce a ansiedade, que leva a novos ataques de comilança. As invasões às escondidas aos armários da cozinha nunca são em busca de vegetais. São sempre por alimentos ricos em carboidratos, como doces, massas, ou gorduras, como chocolates. Uma das hipóteses é que a ingestão desses alimentos possa, eventualmente, reduzir a ansiedade e a depressão, proporcionando um conforto momentâneo.


Tem saída?
 A obesidade associada ao transtorno de compulsão alimentar periódica tem solução:  um tratamento com uma abordagem multidisciplinar que pode incluir  psiquiatra,  endocrinologista,  nutricionista e psicólogo. O objetivo do tratamento é o controle dos episódios de comer compulsivo através de técnicas cognitivo-comportamentais e de um acompanhamento nutricional para restabelecer um hábito alimentar mais saudável. A psicoterapia dinâmica ou a interpessoal podem ajudar o paciente a lidar com questões emocionais subjacentes. O acompanhamento clínico faz-se necessário pelos riscos clínicos da obesidade. As medicações antidepressivas têm se mostrado eficazes para diminuir os episódios de compulsão alimentar e os sintomas depressivos.

É esse mesmo o seu caso? 

Antes de tudo, pare e pense. Analise sua vida e veja se é realmente esse o seu caso.  Se você já tentou todas as dietas e nada deu resultado, procure um médico de confiança e converse com ele sobre essa doença.  Como você viu, existe saída para os casos extremos de compulsão alimentar.

“Posso encontrar a saída por conta própria?”

Sim, claro que pode. Força de vontade é algo que se conquista e se desenvolve dentro da gente. Então, se você está disposto a tentar sozinho, vamos a algumas dicas valiosas para te ajudar.
É importante não permitir que a ansiedade interfira na sua alimentação. Procure se alimentar em lugares calmos, sentado, sem distrações como a televisão ou livros. Nesses momentos,  é necessário analisar o quanto a alimentação poderá resolver os seus problemas. Não “pule” nenhuma refeição proposta. A alimentação deve ser fracionada durante o dia, garantindo maior saciedade e possibilitando melhor controle metabólico e nutricional. Para tudo o que nos propomos a fazer é necessária a disciplina, para que dê resultados positivos. Isso é com um trabalho, nos estudos, nas relações pessoais. Com a alimentação é a mesma coisa. Sem disciplina e sem a consciência de que a alimentação correta trará bons resultados para a sua aparência e para a sua saúde, dificilmente consegue-se atingir o objetivo proposto. A boa notícia:  você tem o poder de controlar o que ingere. Se nada der certo, mais uma vez: busque ajuda dos profissionais nas áreas indicadas acima. Alegre-se: há solução!

Comida: um estepe emocional perigoso
por  Dr. Guilherme de Azevedo Ribeiro
 Comer é bom demais. Eu gosto, você gosta, todo mundo gosta. O problema é quando esse prazer – momentâneo, diga-se logo – traz junto uma conseqüência desastrosa: engordar. E quando é que comer engorda? Quando você come em excesso. E por que comemos em excesso? Na grande maioria das vezes, por gula. E a gula, por sua vez, está ligada diretamente a fatores emocionais. Se você já navegou pelo site, provavelmente leu, na seção “Dicas”, sobre a importância dos aspectos emocionais. Pois eles podem ser um grande vilão – ou um grande aliado – da sua dieta. Aqui, vamos falar sobre o lado mau.
Primeiramente, vamos entender o que é gula. A gula é quase uma compulsão por comida. Em poucas palavras: é comer sem que seu corpo necessite de alimento naquele momento. Tem gente que acha que ser guloso é, por exemplo,  comer três brigadeiros na hora do lanche. Então, vamos analisar: se você está com muita, muita fome na hora do lanche, comeu os três brigadeiros e se sentiu satisfeito, isso não é gula. Se você comeu os três brigadeiros e ainda sentiu fome, é porque seu corpo ainda está com déficit de comida e precisa ser alimentado. Se você comeu dois brigadeiros, ficou satisfeito mas  ficou de “olho grande”  em cima do terceiro e acabou comendo, isso sim, é gula.

Para emagrecer e se manter magro, os gulosos precisam encarar o fato de que são viciados.
A luta que os gulosos travarão será igual à de qualquer outro viciado e incluirá até crises de abstinência. Sempre conto a historia de um cliente que emagreceu, engordou, emagreceu, engordou. Um dia, finalmente, confessou-me que iria desistir, porque simplesmente não conseguia abandonar o vício de se empanturrar de salgadinhos. Tenho certeza de que, se ele tivesse procurado ajuda de um terapeuta, seu problema poderia te sido resolvido.  Mas ainda bem que também existe o outro lado: conseguir sair dessa. Tive uma paciente que, ao entrar pela primeira vez em meu consultório, confessou-me a sua dependência em refrigerantes. Acordava durante a noite para beber vários copos. Após alguns meses e muitos quilos perdidos, ela me relatou seu esforço para se adaptar ao paladar do refrigerante light. Mas conseguiu. E o mais interessante: parou de se levantar durante a madrugada para satisfazer a gula. Esse último relato é a prova cabal de que o refrigerante que bebia na madrugada nada mais era do que uma compulsão por algo do qual ela conseguiu se desfazer.
Por que usamos a comida como válvula de escape

Quem come demais estabelece com os alimentos vínculos físicos e emocionais. Não duvide: a grande, imensa maioria dos gordos são pessoas ansiosas, que comem à procura de um alívio temporário de suas tensões. E o problema maior é justamente esse: ser temporário. Porque depois, quando termina o prazer, vem a culpa de ter comido o que não devia –o gordo lembra que esse excesso vai resultar em mais quilos no corpo.

A comida é serotoninérgica. Isso quer dizer o seguinte: nela (e nos doces ainda mais) existe um grupo de substâncias que imitam a ação das serotoninas, que são  substâncias fabricadas pelo nosso organismo e funcionam como “calmantes”, provocando uma gostosa sensação de bem-estar. Quando, por qualquer que seja o motivo, você se sente mais triste, mais estressado, mais agitado, mais deprimido  (ou seja: quando você se sente muito incomodado com alguma coisa) há uma diminuição no nível de serotonina do seu corpo. Então, o que você faz? Vai buscar algo que proporcione a você a mesma sensação da serotonina que está faltando. E onde encontra? Isso mesmo: na comida.  Após comer para se saciar em “falsas serotoninas”, os problemas emocionais não mudaram. E você está mais gordo. E mais feio. E mais frustrado. E essa frustração faz diminuir ainda mais a sua serotonina natural, e então você vai buscar, mais uma vez, na comida. E o ciclo vicioso não se rompe, e os quilos aumentam, e sua infelicidade também.
E você: qual é o seu motivo?

A neurociência já descobriu no mínimo quatro sistemas de descontrole emocional, sendo que os três primeiros relacionam-se intimamente à busca por comida. São eles:

Sistema de recompensa e busca

Sistema de raiva
Sistema de medo/ansiedade
Sistema de pânico

Qual é o seu? Pare e pense um pouquinho. Em qual deles você se encaixa? Se você conseguir olhar para si mesmo, para seu dia a dia, para sua vida, talvez você perceba que alguma coisa incomoda e pode tentar consertar isso. Mas, se não conseguir decifrar o motivo de suas insatisfações, não importa. O importante é que você precisa entender que esse comportamento deve mudar. E, talvez mais importante do que tudo: você pode mudar!
Declare guerra!

 Em sua cabeça, você abriga um inimigo que o obriga a conviver com um hábito destrutivo: o de comer  em excesso.  Ao contrariar esse vilão, seu corpo e sua mente começam a conspirar contra você. A “memória” do corpo luta para reaver os quilos extras com os quais ele já estava acostumado e você começa a ficar irritado, enjoado, de mau humor etc. A dependência emocional “cria” situações que o empurram de volta ao aditivo químico que você mesmo tirou de sua vida: a comida. Não se desespere nem desista. Existem muitos recursos para você se libertar do vício que lhe prejudica a saúde e a estética.

Mas, como qualquer dieta, ela exige uma cota de sacrifícios. Emagrecer e continuar magro significa mudar completamente de vida. Todos os que conseguiram se livrar do peso extra descobriram que não há descanso na luta contra a balança. Quem emagreceu e se conserva magro identificou por que embrulhava a comida para presente e a empurrava goela abaixo. Raiva? Compensação de perdas? Ansiedade? Sejam quais forem os seus motivos, diga NÃO a eles. E lembre-se do que a RA Correta ensina: você pode comer aquilo que lhe dá prazer, basta não exagerar. Então, tá triste? Ok, coma um pedacinho de chocolate para suavizar a tristeza. Mas não esqueça de considerar o valor dele no seu cálculo diário de notas. Mantenha-se dentro da sua cota.
Preste muita atenção: isso é para você
Se você costuma usar a comida como válvula de escape, somente uma dieta livre em termos de variedade de alimentos irá funcionar para você. Dietas restritivas facilita o retorno de peso quando a pessoa chega no seu objetivo.



Meu querido diário 
Fazer um diário sobre o andamento de sua dieta é uma ferramenta poderosa na luta contra os quilos a mais.  Anotar o que você comeu, especificando a quantidade e calculando o valor total ingerido (sem omitir nada!) pode ser de grande ajuda para você entender melhor seus hábitos alimentares. Isso porque esses registros ajudam você a se orientar, apontando seus erros e acertos ao longo da dieta. Registre também as mudanças de peso: cada quilo perdido serve de estímulo para você continuar, porque está no caminho certo. E, se estiver tendo dificuldade para perder peso, certamente as anotações sobre o que e o quanto você vem comendo servirão como indicadores do que pode estar errado! Mas siga uma das regras de ouro : registre o peso uma vez na semana, somente.  E faça também anotações pessoais sobre seu dia a dia, sua atividade física, seus sentimentos:  como você está encarando a dieta,  o que está sendo mais fácil, mais difícil, o que está dando certo ou errado. Pode parecer coisa de adolescente, mas não é! Quer ver? Durante um projeto sobre dieta realizado pelo Instituto Kaiser Permanente, nos Estados Unidos, os pesquisadores acompanharam a rotina de 1700 gordinhos  ao longo de cinco meses. Todos foram orientados a seguir uma dieta com 500 calorias a menos do que o padrão e a fazer pelo menos meia hora de ginástica por dia. E metade deles ganhou um diário para registrar seu dia a dia, obrigatoriamente.  No final, aqueles que não fizeram anotação alguma sobre sua dieta perderam em média cerca de 4 quilos, enquanto que a turma do diário perdeu em média 8 quilos. Ou seja: quem escreveu perdeu o dobro de peso. A conclusão a que chegaram os pesquisadores: ao registrar diariamente que o plano de emagrecimento foi seguido, a pessoa se sente muito mais motivada a repetir a façanha no dia seguinte. E, mesmo quando se sai da dieta, a pesquisa concluiu que escrever também ajuda  muito, porque a  experiência de assumir a pisada na bola é importante para evitar novos tropeços.
Muita gente, porém, desiste de fazer um diário por conta da falta de tempo para ficar anotando e calculando a quantidade calórica a de cada alimento consumido durante o dia.



Um abraço,